quinta-feira, 9 de julho de 2015

QUASE HISTÓRIAS (LX)

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O DONO DO PRÉDIO

João Francisco foi um dos primeiros moradores do edifício – o segundo, para ser exato. Era de todos conhecido. Julgava-se líder. Formou uma turminha que se achava a “dona” do prédio. Sua falsa simpatia não conseguia, para observador minimamente atento, esconder sua arrogância. Falava alto, contava vantagens, sentia-se no direito de desrespeitar as regras do condomínio. Se algum funcionário chamasse a atenção de seus filhos, a resposta, em forma de pergunta, vinha pronta: “Sabe quem paga seu salário?”


Nas assembleias, só dava ele. Tarefa impossível interromper sua falação descabida. Queria ser o centro das atenções. Justamente por isso, não perdia uma reunião. Mas, naquele encontro, João Francisco não marcou presença. À boca pequena, muita gente queria saber por quê. Um morador, que fazia parte do conselho, também à boca pequena, fez questão de explicar o motivo: “Ele não paga o condomínio há pelo menos seis meses. Não pode votar. Nem falar." 

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