terça-feira, 8 de agosto de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

Resultado de imagem para ILUSTRAÇÃO NARIZ DE PALHAÇO
ilustração: isotock


É NOTÁVEL O ESFORÇO
PARA PASSAR O BRASIL A SUJO

A maior operação anticorrupção da história ganhou ares de ópera-bufa.
E caminha perigosamente para um desfecho de tragédia. Os capítulos
mais agudos da ópera são a união dos gatunos e as cabeçadas entre
autoridades que deveriam combater o crime

Por Josias de Souza
UOL – 08/08/2017 | 02h00

Desde o início da Lava Jato, há pouco mais de três anos, a conjuntura nunca foi tão alvissareira para os larápios como agora. A maior operação anticorrupção da história ganhou ares de ópera-bufa. E caminha perigosamente para um desfecho de tragédia. Os capítulos mais agudos da ópera são a união dos gatunos e as cabeçadas entre autoridades que deveriam combater o crime.

Dias atrás, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, resumiu a cena. ''A Operação Abafa é uma realidade visível e ostensiva no Brasil de hoje'', ele disse. Barroso dividiu os corruptos em duas bandas. Numa, estão os que fogem da punição. Noutra, os que acham que é possível continuar roubando.

Unidos, investigados ajudaram a blindar Michel Temer na Câmara. Na outra ponta, a Polícia Federal desqualifica delações. É briga por poder, responde a Procuradoria. Gilmar Mendes, do Supremo, diz que Rodrigo Janot é o procurador-geral mais desqualificado da história. Colegas de Gilmar torcem o nariz para sua proximidade com investigados como Temer e Aécio Neves.

É compreensível o otimismo da bandidagem. O esforço para aplicar um nariz de palhaço no brasileiro e passar o Brasil a sujo é notável.



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FAZENDA ESTUDA NOVA
FAIXA PARA O IR: 35%

Alguma coisa subiu à cabeça da banda malvada da equipe de Henrique Meirelles. Diante do risco de revisão da meta fiscal de 2017, essa ala do Ministério da Fazenda manuseia propostas para elevar a arrecadação do Tesouro. Uma das ideias é criar nova alíquota de Imposto de Renda para os brasileiros abonados. Hoje, a tarifa mais alta cobrada das pessoas físicas é de 27,5%. A nova faixa iria a 35%. Aprovada neste ano, reforçaria os cofres de 2018.

Michel Temer deveria pedir a Meirelles para segurar a ala carrasca da Fazenda. Se a proposta chegar ao Congresso, a popularidade do presidente da República, hoje na casa dos 5%, rente ao chão, desceria ao subsolo. Melhor evitar. Numa hora dessas, não convém cutucar a plateia com o pé para saber se ela ainda morde. (JS)

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