terça-feira, 5 de setembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: LUIZ FLÁVIO GOMES

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Depositphotos

DELAÇÃO DE LÚCIO FUNARO
É BOMBÁSTICA CONTRA TEMER

A delação do operador financeiro do PMDB
vem com poder altamente explosivo.

Por Luiz Flávio Gomes (*)
01/09/2017

Diz o jornal O Globo que Lúcio Funaro confirmou o recebimento de propinas mensais, pagas por Joesley, da JBS-Friboi, para que ele não delatasse o esquema criminoso da quadrilha perversa que está no poder, sob a batuta parasitária da dupla Temer e Aécio, que não é distinta, em termos corruptivos, da quadrilha precedente comandada por Lula e Dilma.

Temer, ao ouvir a confissão de Joesley (no Jaburu, à noite, em encontro clandestino), disse: “Mantenha isso aí, viu”.

A dinheirama (o mensalinho) também foi dada para o presidiário Eduardo Cunha (PMDB), com o mesmo propósito (evitar a sua delação). Tudo com a anuência de Temer, que (repita-se) disse: “Mantenha isso aí, viu”.

Esses fatos indecorosos revelam o quanto o Brasil continua sendo (ainda) apenas uma democracia de fachada, regida por eleições – em regra venais – em que alguns ladrões da política são financiados e corrompidos por outros ladrões do mundo econômico e financeiro (mundo do mercado, que domina a nação, influenciando a governabilidade do País).

Todo país (como o Brasil) governado preponderantemente por ladrões se chama cleptocracia (cleptos = ladrão, cracia = governo, poder).

No nosso País os dois grupos de ladrões citados formaram o maior crime organizado da nossa História (com desvio diário de R$ 600 milhões, incluindo a corrupção e a roubalheira parasitária dos poderosos).

Nas cleptocracias parasitárias (que sugam a nação) somente existem dois grupos de pessoas: os que roubam e os que pagam a conta. Se você, estimado leitor, não faz parte dos grupos dos ladrões parasitários, com certeza você está pagando a conta.

No dia 3/3/17 o “bandido” chamado Joesley, da JBS-Friboi (foi Temer quem o chamou de “bandido”) foi ao Palácio Jaburu prestar contas das suas estrepolias criminosas ao Presidente da República (que é acusado pelo Procurador-Geral de chefe da quadrilha no poder).

Ao ouvir que Joesley estaria comprando dois juízes e um procurador da República, Temer disse: “Ótimo, ótimo.” Esse homem medieval e maquiavélico (verdadeiro Príncipe, de Maquiavel) ainda é o presidente da República brasileira.

Até quando os ladrões do mercado, os parlamentares corruptos e os brasileiros acovardados vão se submeter a esse sistema medieval e primitivo de governança? Até quando seremos governados pela figura do Príncipe descrito por Maquiavel, inspirado nos Bórgias, que foram papas corruptos, violentos e medievais?

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Luiz Flávio Gomes (Portal FGV)

(*) Luiz Flávio Gomes é Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri (2001) e Mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da USP (1989). Criador do movimento “Quero um Brasil Ético”. Jurista e professor em vários cursos de pós-graduação nacionais e internacionais, entre eles a Facultad de Derecho de la Universidad Austral, Buenos Aires (Argentina), já tendo publicado mais de 57 livros na área jurídica. É também membro da Comissão de Reforma do CP e Professor Honorário da Faculdade de Direito da Universidad Católica de Santa María (Arequipa/Peru). Atuou como Promotor de Justiça em São Paulo, de 1980 a 1983; Juiz de Direito, de 1983 a 1998; e Advogado, de 1999 a 2001. (http://luizflaviogomes.com/)



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