quarta-feira, 15 de junho de 2016

CLÓVIS CAMPÊLO

FOTOGRAFIA: CLÓVIS CAMPÊLO (julho/2015)

O CAIS

Nem sempre o cais é solidão ou despedida.
Também pode ser encontro e chegada,
Retorno ao ponto de partida
em outra transversal do tempo.

Nem sempre o cais é escuridão.
Também pode ser uma intensa luz azul,
descortinando novas visões do presente,
resgatando o passado do mais puro esquecimento.

Nem sempre o cais é ilusão e rigidez.
Também pode ser sólido como as pedras que o seguram
ou maleável e fluido como a água que o lava
E justifica a sua existência.

Nem sempre o cais se dissolve no ar.
Também pode se condensar numa nova vida,
Em novas crenças e amores,
Na certeza de que tudo é eterno,
Mesmo sendo passageiro.

Recife, junho 2016




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