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PLANALTO NÃO CRÊ EM PRISÃO
DA CÚPULA DO PMDB
Blog do Josias – 09/06/2016 –
4h24
(Por Josias de Souza) Auxiliares
de Michel Temer avaliam que o Supremo Tribunal Federal deve indeferir os
pedidos de prisão formulados por Rodrigo Janot, procurador-geral da República,
contra Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá e Eduardo Cunha. Em privado,
as autoridades do Planalto enxergam açodamento nas petições do chefe do
Ministério Público Federal.
Em
relação a Renan, Sarney e Jucá, os pedidos de prisão escoram-se na delação
premiada de Sérgio Machado, preposto do PMDB na presidência da Transpetro por
12 anos. O material inclui gravações de conversas feitas por Machado. Para o
procurador-geral, esses diálogos revelam a existência de um complô para
obstruir a Lava Jato, inclusive por meio de aprovação de projetos de lei.
Na
visão dos auxiliares de Temer, a tese de obstrução da Justiça não se sustenta.
Recorda-se que, pela Constituição, parlamentares só podem ser presos em
flagrante. Em novembro de 2015, ao ordenar a prisão do então senador petista
Delcídio Amaral (MS), o Supremo aceitou a tese segundo a qual a ação de uma
organização criminosa para obstruir a Justiça constitui “um flagrante
permanente.”
Para
o Planalto não há como comparar as gravações feitas por Sérgio Machado com as
outras. Delcídio soou numa fita oferecendo vantagens financeiras e meios de
fuga para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não aderisse à delação
premiada da Lava Jato.
Além
das gravações, a Procuradoria dispõe de depoimentos e dados fornecidos por
Sérgio Machado. Mesmo assim, o staff de Temer descrê da hipótese de prisão. Nas
palavras de um dos auxiliares do presidente interino, ainda que a Procuradoria
tenha provas de que Sérgio Machado repassou R$ 70 milhões aos líderes do PMDB,
isso justiticaria um pedido de inquérito ou até a formulação de uma denúncia,
não a prisão cautelar.
O
maior receio do Planalto é que o STF atenda a um outro pedido de Janot: o
afastamento de Renan do exercício do mandato e da presidência do Senado
—exatamente como já sucedeu com Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara.
Para Temer e sua equipe, a eventual suspensão de Renan causaria transtornos num
instante em que os senadores se preparam para julgar o impeachment de Dilma.
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