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O misto de carcereiro e diretor pedagógico do colégio do qual era
sócio não teve dúvidas – como sempre, foi carcereiro. Chamou o professor novato,
moço esforçado à caça de tostões, e foi direto ao assunto:
-- Professor, e agora? Como vamos sair da enrascada em que o senhor
nos enfiou? Diga.
O professor, temeroso de perder o bico, não se fez de morto, estava
morto:
-- O que fiz? – “Educador” Barbosa.
Aí de quem o chamasse de Barbosa, sem o “Educador” na frente.
-- Não me venha com cinismo. Sou vivido demais, pra suportar abusado.
O senhor distribuiu zero, um, dois e três (a melhor nota), para todos. E agora?
Como vamos fazer para passar todo mundo de semestre?
-- Eles não têm condição de passar. São malandros e analfabetos.
-- Professor, nossa escola, especializada em cursos supletivos, tem
como lema o slogan daquela rede de lojas famosa: “Sua satisfação garantida ou seu
dinheiro de volta.” Dê um trabalho pra eles. Não perca tempo com correção. A
nota? A da precisão de cada um. Aqui, não devolvemos dinheiro, mas entregamos o
combinado: diplomas. É simples assim. Vire-se. Só reprovamos os inadimplentes.
Preciso desenhar?
(Publicada em 11/12/2013)
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