quinta-feira, 13 de março de 2014

PIADINHA VELHA. E INDECENTE

Joaquim, Maria e Dolores atravessaram o Atlântico. Chegaram ao país varonil. Sem mãos pra cobrir as partes pudicas. Miseráveis.

Joaquim nunca foi homem de se acomodar. Encarava qualquer desafio. Empreendedor nato, homem valente. Se fosse preciso... Foi. Veio pra vencer. Venceu.

Maria era da mesma estirpe, mulher valente, mulher melhor que Amélia, resignada e prática que só! Se fosse preciso, foi... Veio pra vencer. Venceu.

A pequena, Dolores, ainda não tinha caráter definido, mas tinha inteligência suficiente pra saber que mãe e pai não vieram até aqui a passeio. Se fosse preciso, teria que ir... Foi. Venceu… Muita embora contrariada. Queria ser escritora. 

Nem sempre dinheiro combina com sonho. Paciência.


beteavon.blogspot.com

Dois anos depois, os três retornaram à terrinha. Gastaram fortuna, com camelôs. Não ficou parente seu presente ordinário. Até o tio mais distante ganhou óculos de sol.

E ante a pressão dos primos lesos, perdão, lusos, Joaquim abriu o jogo:

-- Enriqueci, sim. Com nosso esforço. Montei um bordel diferenciado, de três pavimentos. Coisa de primeiro mundo. No térreo, ficava a menina. Atendia os meninos. No andar de cima, Maria fazia a satisfação dos tarados por velhas...  

-- E no terceiro piso, primo, quem ficava?

-- Eu. A queimar a rosca. No Brasil se ganha dinheiro. Mas lá nada é fácil.






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