sexta-feira, 7 de março de 2014

NENÉM NATUREBA

A pós-adolescente andava terrível. Ninguém podia jogar dois litros de PET no lixo. Os jornais, o rolinho do papel higiênico e latas (de cerveja e refrigerante) só podiam ter um destino, o mesmo das caixinhas de leite e sucos: a reciclagem. Depois de serem devidamente lavados. Bem lavados.

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Ela não lavava nada. Nem levava nada a lugar algum. A não ser que lhe emprestassem o carro, para que levasse o material, quando arrumava tempo para tanto - coisa rara -, naquele hipermercado chique a vários quilômetros de casa. Não confiava no sistema de reciclagem do prédio. No que estava certa. Nos andares, o lixo era separado. Na garagem, era tudo socado no mesmo balaio de ratos.

A pós-adolescente tinha sempre a consciência tranqüila dos politicamente corretos e o dedo indicador em riste, a acusar os "depredadores" da natureza.



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