sexta-feira, 14 de março de 2014

BRUNO NEGROMONTE

ESTÓRIAS E HISTÓRIAS DA MPB – PARTE 06
Retomando a série que dei início aqui no blog do Lando queria trazer desta vez outra figura de nossa MPB que nasceu em Esplanada, na Bahia, cidade esta que fica a 155 quilômetros de distância da capital Salvador mas que aos dois anos de idade mudou-se para a capital, local este onde houve início o interesse em seguir sua carreira artística.
No mês em que completa sete décadas de vida, Maria Creuza continua atuando como cantora fazendo espetáculos regularmente no Brasil (geralmente no Rio de Janeiro) e no Exterior, mas o que interessa aos amigos do JBF são as estórias e histórias dessa que foi afilhada musical de Vinicius de Moraes e junto com ele gravou antológico álbuns como “Eu sei que vou te amar” e “Vinicius de Moraes en La Fusa” (um dos álbuns mais populares da música brasileira em países da América Latina).
Essas regulares apresentações em países latino americano renderam à artista a gravação de quatro álbuns em Buenos Aires (cidade onde está localizada a boate La Fusa que batiza o notório álbum). Sua aproximação com Vinicius se deu quando cantava em um festival universitário da TV Tupi, em 1969. Dizem que Vinicius teria ficado doido atrás do telefone da cantora, e de tanto ir em busca acabou conseguindo o número. A partir daí nasceu uma profunda e sincera amizade entre os dois que duraria até o falecimento de Vinicius em 1980.
Vale ressaltar que o interesse pela música surgiu quando Maria estava no curso ginasial do Colégio Ipiranga, em Salvador. Lá os alunos tinham aulas de canto orfeônico, foi a partir daí que surgiu o interesse da artista pelo universo musical. Aos 15 anos formou um conjunto de moças, “Les Girls”, de curta duração, onde se destacava como crooner. Foi a partir daí que começaram suas primeiras atuações musicais nas emissoras de rádio e televisão de Salvador, o que acabou rendendo-lhe o convite para comandar um programa na TV Itapoã, na capital baiana. Aos 17 anos, a futura cantora passou a fazer parte da programação da emissora com o atrativo “Encontro com Maria Creuza”, programa este que durou quatro anos.
Posteriormente a artista seguiu para o eixo Rio-São Paulo, onde passou a participar de diversos festivais na época. Defendeu canções em festivais como “O Brasil Canta” (na extinta TV Excelsior) interpretando a canção “Se Não Houvesse Maria”; participou do “V Festival da Música Popular Brasileira” (da TV Record) com a canção “Catendê” e na mesma TV Record defendeu, no “III Festival de Música Popular Brasileira”, a composição “Festa no Terreiro de Alaketu”.
Em 1974, Maria Creuza viria a enumerar mais uma participação a sua biografia só que desta vez bem longe do Brasil. A cantora já conceituada em nosso país participou do II Festival Mundial de Música Popular realizado em Tóquio (Japão), classificando em 2º lugar a canção “Que diacho de dor”, de autoria de Antonio Carlos e Jocafi.
Para quem não sabe, Maria Creuza foi casada com Antônio Carlos Marques Pinto, que junto com José Carlos Figueiredo formaram a dupla Antônio Carlos e Jocafi, parceria de relevante sucesso na década de 1970 e 1980. Apesar do duo ter lançado o primeiro LP apenas em 1972, Antônio Carlos já figurava, como compositor, nos primeiros registros fonográficos da cantora. Um exemplo é o LP “Apollo 11″, de 1969, cujo todas as doze faixas são assinadas por Antônio, ora de modo solo, ora em parceria. Antônio ainda foi responsáveis por outras tantas canções que figuraram em diversos álbuns da esposa.
Fica aqui para os amigos deste agradável espaço lítero-cultural duas canções presentes no álbum lançado por Maria Creuza em 1972 no álbum “Eu sei que vou te amar”. A primeira trata-se da faixa-título e é, como muitos devem saber, uma composição de Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim:
A segunda canção trata-se de “Catendê”, de autoria de Antônio Carlos, I. Tavares e Jocafi:
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