CENA UM
-- Isso aqui não tem jeito, não, Jerônimo. Nossas leis são muito fracas.
Não adianta prender bandido. O cara vai pra cadeia, dá uma despesa danada, faz
de tudo pra fugir e voltar pro crime. Bandido não tem conserto. Não adianta
julgar. Aqui, deveria ser como em outros países. O cara que for pego roubando
tem que ser fuzilado na hora. Ou, então, ter a mão cortada. A gente precisa de
um presidente macho, que bata na mesa e diga: agora, vai ser assim e assado. E não
se fala mais disso. Nada de político palpitar... Tem que acabar com direitos humanos
pra bandido.
-- Gostei: falou e disse.
CENA DOIS
-- Viu a pesquisa, alienado?
-- Qual?
-- A que deu na televisão ontem à noite. A maioria concorda comigo.
Sempre falei que as mulheres, não todas, são culpadas por muita coisa que
sofrem na condução. Quem manda andar com saia curta, calça justa, peito pra
fora? Tentam os homens, depois reclamam.
-- É verdade. Quem procura, acha. Minha mulher sempre fala isso: “Nunca
fui pega”. Sou decente.
-- Vão se catar. Não digo pegar na marra. Mas um sarrinho não mata
ninguém.
CENA TRÊS
-- E aí, moleque? Tudo bem?
-- Tudo, e você?
-- Tirando o filho caçula, tudo maravilha.
-- O que ele aprontou?
-- Passa trote pro SAMU. Todo dia. Pra PM também. 190. Está de férias. Falei
pra ele duas coisas: "Se divertir é uma coisa, mas não pode criar problema pra
família. Faça bem feito. Se te pegarem, mano, azar o teu. Mas não passe trote
pros bombeiros. Eles são nossos soldados do fogo. Gente de moral. Não merecem".
-- É isso mesmo. Com os bombeiros não se mexe.
AH!AH!AH!... pra não chorar! Abraços, Herculano
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