PÊSSEGOS EM CALDA
Na
casa de vocês, não sei, mas não deve ser muito diferente. Na minha, ninguém
bebe água. O que ali se ingere em doses industriais é suco (natural, em pó ou
em caixinha) e refrigerante. H2O só industrializada, com sabor disso ou
daquilo. É um desconchavo. A exceção fica por conta desse escriba bissexto, que
adora água gelada. Em especial, na manhã seguinte, se me entendem. Sejamos
justos: a Coca-Cola estupidamente gelada também tem muita serventia “nessas”
ocasiões, a exemplo do chá de boldo morno.
Sou
do tempo do KI-SUCO. Depois, aderimos à saborosa tubaína, que continua fazendo
muito sucesso na periferia, como tenho atestado em minhas andanças quase
jornalísticas. Quando a situação melhorou um pouco (pouquinho que só), partimos
para a Coca família, de um litro – presença quase obrigatória em nossa mesa no
domingo posterior ao dia do pagamento do pai. Depois, voltávamos à rotina:
KI-SUCO, tubaína e groselha, quando dava para comprar. No mais das vezes, era
água mesmo, purinha da silva.
No
domingo especial, consumíamos com notável satisfação e sofreguidão ímpar a Coca
família – cujo lema deveria ser: um litro para todos! –, o frango ensopado e o
macarrão. Como sobremesa, pêssegos em calda. Não como pêssego em caldas há
cinquenta anos, ou há quase isso. Talvez não queira correr o risco de constatar
que eles não são tão bons quanto minhas lembranças fantasiam. Para arrematar: quem toma Grapete repete. (2013)
rsrs gostei, embora não lembre o que seria grapete, apenas do nome... bjuuu
ResponderExcluirOi, Luna. Grapete era uma espécie da fanta uva.
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