CÁRCERE
Por que me encarceras nesse sentimento,
Já longe anda o tempo em que o Sol brilhou sobre nós...
E continuas a me prender, enovelando-me
Em apertados liames, em confusos nós.
Por que encarceras minha alma
Em lembranças já esfumadas
Pela névoa das lágrimas vertidas?
Não basta a dor que grita do meu peito,
A te rogar que não me esgaravates a ferida?
Já anda longe o tempo
Em que o riso era a nossa música...
O que restou foram palavras duras, pobres,
Não me agrada essa música tão confusa.
Por que me encarceras no teu prazer egóico?
Já que o prazer do amor passa distante,
E não justifica que, por sentimento estóico,
Eu me imole para te satisfazer o instante.
Liberta-me pois,
Dá-me asas,
Deixa que me vá,
Que voe sozinho.
Para que eu encontre,
Antes que a vida acabe,
Antes que o Sol se ponha,
Um novo prazer,
Um novo sentido de ser,
Um novo ninho.
17/08/2015
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica..
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
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