NOXA! QUE LINDO! ÓOOOOOOOOOOOO |
Já fui muito festeiro, não sou mais.
Se houvesse uma enquete para definir o mês mais chato do ano, cravaria sem
pestanejar: dezembro. É um porre de bebida ordinária. É pior que cuecas e
sapatos apertados. Não chega a aleijar,
mas incomoda.
Os preços disparam e raramente se
encontra nas lojas o que se procura. O trânsito consegue ficar infinitamente
pior do que já é. O telefone não para: de asilos a creches, todos querem uma
doação extra. Os funcionários do prédio esperam uma “caixinha gorda”, os
balconistas da padaria também. O ajudante do açougueiro, o carteiro e os
medidores de água, luz e gás não fogem à regra. Esta gente não recebe o 13º
salário?
Pior que isso, só o tal de “amigo
oculto”. Perde-se muito tempo e dinheiro com essa bobagem. Em geral, você dá ao
“amigo” o que ele abomina, e recebe em troca algo que para nada lhe serve. É a lei da
vida: aqui se faz, aqui se paga. Isso quando não ocorre de você dar um
panetone para a tia e receber da tia um panetone, da mesma marca e tamanho. É
patético.
Não sei o que é pior: se as festas de
Natal ou as comemorações do dia 31. Todo mundo de olho no relógio. Afinal,
meia-noite é a hora de abraçar com entusiasmo aquele parente que você paga para
não ver ao longo do ano. Aquela felicidade forçada é de arrebentar corações
pouco valentes, como o meu.
Ah, temos os foguetórios, anunciando
a chegada do novo ano. Todo mundo de boca aberta, olhando para o céu e dizendo
em uníssono: “Que lindo!” Francamente. Que dizer, então, das simpatias?
Calcinhas brancas para ter paz; amarelas para ter dinheiro. E por aí vai.
Suponho que as devassas, por coerentes e pragmáticas, não usem calcinha alguma.
Ainda bem que não há mal que sempre
dure. Janeiro logo chega. É tempo de pôr em marcha tudo aquilo que, há duas
décadas, em marcha prometemos pôr. Em vão. Tempo de quitar os débitos, pagar impostos etc. Tempo de começar a contar os dias
que faltam para dezembro próximo.
Boas Festas.
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