sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

DALINHA

MEU JEITO AGRESTE

Dalinha Catunda
www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com
Não nasci de sete meses,
Não sou mulher assustada.
Nunca fui guia de cego
Mas sou bem desaforada.
Meu apelido é Dalinha,
Outro melhor não convinha
Para ser eu retratada.
.
Não sou de dizer amém
Cabeça não sei baixar.
Tenho nariz empinado
Não sou de me rebaixar.
Tenho cabelo na venta
Como pirão com pimenta
Que arde para danar.
.
Nasci no meu Ceará
O meu chão é Ipueiras.
Adoro ser do Nordeste.
Sou da ala das guerreiras.
Preservo meu ar agreste,
Já peguei cabra da peste,
Nele coloquei coleiras.


E quem quiser me seguir
Que acompanhe meu passo.
Nem devagar nem ligeiro,
Pois eu tenho meu compasso.
Aprendi lá no sertão,
A pisar em qualquer chão
Nem fico nem ultrapasso.

Eu sou abelha Dalinha,
Eu sou doce e de amargar.
E se hoje oferto mel
Também posso ferroar.
O meu mel e meu ferrão,
Conforme a situação
Sou obrigada a usar.
.
Gosto de ser instintiva
Nunca queira me adestrar.
Este meu jeitinho agreste
Trouxe do meu Ceará.
Tenho lá minha doçura
Porém só mostro ternura
Se de fato me encantar.


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