MEU JEITO AGRESTE
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Não nasci de sete
meses,
Não sou mulher
assustada.
Nunca fui guia de cego
Mas sou bem desaforada.
Meu apelido é Dalinha,
Outro melhor não
convinha
Para ser eu retratada.
.
Não sou de dizer amém
Cabeça não sei baixar.
Tenho nariz empinado
Não sou de me rebaixar.
Tenho cabelo na venta
Como pirão com pimenta
Que arde para danar.
.
Nasci no meu Ceará
O meu chão é Ipueiras.
Adoro ser do Nordeste.
Sou da ala das
guerreiras.
Preservo meu ar
agreste,
Já peguei cabra da
peste,
Nele coloquei coleiras.
E quem quiser me seguir
Que acompanhe meu
passo.
Nem devagar nem
ligeiro,
Pois eu tenho meu
compasso.
Aprendi lá no sertão,
A pisar em qualquer
chão
Nem fico nem
ultrapasso.
Eu sou abelha Dalinha,
Eu sou doce e de
amargar.
E se hoje oferto mel
Também posso ferroar.
O meu mel e meu ferrão,
Conforme a situação
Sou obrigada a usar.
.
Gosto de ser instintiva
Nunca queira me
adestrar.
Este meu jeitinho
agreste
Trouxe do meu Ceará.
Tenho lá minha doçura
Porém só mostro ternura
Se de fato me encantar.
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