sexta-feira, 28 de novembro de 2014

UM SUPOSITÓRIO. QUE TAL?

viniciusmeureizinho.blogspot.com
O amor é lindo.  

O filho mais velho engulhou. Comeu demais? É possível, porque beber não bebe.

Mulher e mamãe não tardaram a socorrê-lo, embora de socorro, sejamos francos, não necessitasse. O mimo do filho era evidente. Menos para mamãe e mulher, casadinha de nova. 

O rebento tomou gotas disso e daquilo, duas drágeas (de ninguém sabe o quê), chazinho para limpar o aparelho digestivo e acalmar os nervos – nervos desde sempre serenos. 

Deu certo. Meia hora depois, bateu meia pizza e um litro de Coca-Cola. Menino bom. Saúde de ferro. Graças a Deus.

O amor nem sempre é lindo.

O velho estava mais engulhado que mulher em começo de gravidez. Queria justiça. Igualdade. Comunista que fora. Ameaçou um lamento, na esperança de obter (por que não?) gotas disso e daquilo, duas drágeas (de ninguém sabe o quê), chazinho para limpar o aparelho digestivo e acalmar os nervos – nervos desde sempre arruinados. Ou – quem sabe? – um mísero chamego da velha de cabelinhos (coisa linda demais) recém cortados e pintados, asas de graúna..

Deu errado.

A nora se fingiu de morta; a mulher pegou pesado:

-- Quem mandou beber? Tome banho, coloque o supositório. Amanhã, estará melhor.



4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkk Muito bom, Orlando! Parabéns querido!

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  2. Adorei a crônica, Orlando! Parabéns! Coitado do velho...manha, nenhuma...apenas um supositório e muito "carão"...Que maldade!!!kkkkkkkkkkkk

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