(Por
Violante Pimentel) Dr.
Francisco Neves era médico do Serviço Especial de Saúde Pública, em Nova-Cruz
(RN). Além do atendimento no Posto de Saúde do SESP, mantinha um consultório
particular em casa, onde atendia pessoas ricas e pobres, sem distinção.
Atendia, também, chamados a domicílio, quando alguém estava passando mal. Era
um homem dedicado à Medicina e sabia honrar o juramento de Hipócrates. Não
colocava o dinheiro acima da vida humana.
A Medicina para ele era um sacerdócio.
Em casa de algumas
pessoas humildes, o médico, às vezes, era presenteado com uma galinha, um peru,
ou um pato, em agradecimento à consulta. Se o doente não tivesse condições de
lhe dar nada, o tratamento era o mesmo.
No atendimento em seu
consultório particular, quando se tratava de uma paciente já adulta, o primeiro
procedimento exigido pelo Dr. Francisco Neves era um exame ginecológico, para
coleta imediata de uma lâmina. Ele colhia a lâmina e ele mesmo fazia a análise.
Essa prática era mal interpretada, e havia quem achasse que era enxerimento dele.
Isso era motivo de comentários maldosos a seu respeito. Somente depois de muito
tempo, o povo se conscientizou de que esse exame, exigido pelo Dr. Francisco
Neves na década de 50 e 60, não passava de um exame preventivo, contra câncer
de útero e outras doenças ginecológicas. Ele foi, portanto, em Nova-Cruz, o
precursor do exame ginecológico preventivo.
Uma noite, Dr.
Francisco Neves foi chamado para um atendimento a domicílio. A paciente era uma
senhora que estava passando mal, com muito cansaço. O médico viu a gravidade do
caso, mas, como na cidade não havia hospital, o jeito foi fazer o possível para
tirá-la da crise. Utilizou os recursos de que dispunha, e lhe ministrou a
medicação adequada, disponível na única farmácia da cidade. Aguardou que fizesse
efeito e recomendou que o marido repetisse aquela medicação pela manhã.
Prometeu que no dia seguinte retornaria para ver a paciente. Entretanto,
aconselhou ao marido levá-la, com urgência, à capital do Estado, para uma
consulta a um cardiologista.
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O médico chegou em casa
exausto, mas logo cedo acordou, ouvindo insistentes palmas no portão de sua
casa. Era o marido da paciente, para lhe
comunicar que ela havia morrido. Surpreso e desapontado, Dr. Francisco Neves procurou
palavras para confortar o viúvo, que estava inconsolável, mas somente acertou
dizer:
- Escute bem, Seu
Antônio: Dona Efigênia morreu, mas morreu muito melhorada!!! Aquele remédio que
ela tomou ontem é o melhor do mundo!
Assinou o atestado de
óbito da mulher e entregou ao viúvo. O homem, na sua humildade, não conseguia
entender como é que sua esposa tinha morrido muito melhorada...Essa história se espalhou na cidade e virou
piada...
Pouco tempo depois, o
médico voltou para Recife, sua terra natal, mas esse caso nunca foi esquecido.
É uma verdade desnecessária. Morrer com a saúde melhorada., Eu hein....Quincas Francisco
ResponderExcluirKkkkk.
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