segunda-feira, 24 de novembro de 2014

RAPIDÍSSIMAS (XXXIX)



BEBÊS
São todos lindos, belezinhas. Cara do pai, cara da mãe, muito embora pai e mãe sejam feios de doer.

BEBÊS (II)
Não se fala mais nisso: todo recém-nascido tem cara de placenta. O que gera dúvidas medonhas em obstetras novatos.

BEBÊS (III)
São adoráveis. Sempre. Na barriga da mãe.

BEBÊS (IV)
Diz a regra informal e estúpida: pais educam, avós deseducam. O mundo é cretino.

BEBÊS (V)
Gracinhas. A desgraça é que choram – e como choram – à noite.

BEBÊS (VI)
O velho pediatra, médico bom, quase santo, acabou com nosso trauma: “Não se fie nessa conversa de que depois da última mamada o bebê de sua prima dorme direto, a noite inteira o sono dos justos. Sua prima mente.”

BEBÊS (VII)
Bebês dão trabalho. “Mas se não os temos/Como sabê-lo?” (Vinícius de Morais)


LEIAM TAMBÉM "POEMA ENJOADINHO". De Vinícius de Morais.




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