BEBÊS
São todos lindos,
belezinhas. Cara do pai, cara da mãe, muito embora pai e mãe sejam feios de
doer.
BEBÊS (II)
Não se fala mais nisso:
todo recém-nascido tem cara de placenta. O que gera dúvidas medonhas em
obstetras novatos.
BEBÊS (III)
São adoráveis. Sempre.
Na barriga da mãe.
BEBÊS (IV)
Diz a regra informal e
estúpida: pais educam, avós deseducam. O mundo é cretino.
BEBÊS (V)
Gracinhas. A desgraça é
que choram – e como choram – à noite.
BEBÊS (VI)
O velho pediatra,
médico bom, quase santo, acabou com nosso trauma: “Não se fie nessa conversa de
que depois da última mamada o bebê de sua prima dorme direto, a noite inteira o
sono dos justos. Sua prima mente.”
BEBÊS (VII)
Bebês dão trabalho. “Mas
se não os temos/Como sabê-lo?” (Vinícius de Morais)
LEIAM TAMBÉM "POEMA ENJOADINHO". De Vinícius de Morais.
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