Passou a vida
andarilhando. Nunca teve sossego, jamais esquentou cadeira em lugar algum.
Quando vinha visitar o irmão em São Paulo, tomava café bebido e ia para a rua,
logo cedo. Queria rever vizinhos, parentes, amigos. Queria prosear. Por
querido, era bem recebido por todos. Trazia sempre novidades.
Na hora do almoço,
retornava ao quartel-general. Para sair logo em seguida, retornar só na hora do
jantar. A vida é curta. Há muita gente para rever, há muita coisa nova para se
conhecer. Ia a pé ou de ônibus. Nunca teve carro. Só não ia nem vinha de metrô,
passava mal.
Hoje, as pernas
fraquejadas pela idade já não lhe permitem ir e vir. Mas é certo que até o
último minuto continuará fazendo o que mais gostou de fazer na vida: andarilhar.
Ainda que hoje só
andarilhe em pensamentos.
Sua benção, Iraci.
Sua benção, Iraci.
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