QUANDO O PASSADO VOLTAR
O tempo não me diz
nada,
tua presença não me diz
nada,
o discurso do
presidente nada me diz,
os mortos calaram-se
para sempre.
Talvez em algum
recôndito
desconhecido e ermo,
exista alguma resposta
para um sentimento
ridículo e inútil.
Dispenso a autocomiseração,
porém,
pois, apesar de tudo,
uma luz insiste em
manter-se acesa
no infinito azul e
profundo.
E mesmo sob o manto de
um sentimento insano e
desumano
não aspiro regressões
ou
a volta ao útero
materno.
Talvez no futuro
longínquo,
onde até as retas e as
pedras
se encontram, a pedra
filosofal
nos traga o passado de
volta.
Pois se viemos do
círculo,
ao círculo voltaremos.
Recife, setembro 2014
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