Marilda estava
impossível que só. Ela, que nunca bebeu, resolveu, naquela noite, fazer o
balanço das horas finais. Aurelino – o cretino, segundo a família e adjacências
– foi eleito por ela, Marilda, o Judas da madrugada.
Mas ele lhe deu o
troco.
(Bêbados, por tolos, sempre
se matam, sem achar os moinhos de vento que os perturbam. Presas fáceis.)
-- Aurelino: você já
fez a conta do quanto bebeu nos últimos quinhentos anos? Do quanto fumou nesse
meio (?) século que se foi, e eu economizando nas fraldas das crianças? Fosse
mais comedido, teríamos um carrinho melhor e uma quitinete na praia.
-- Marilda, se você pintasse
menos os cabelos...
-- Vem, não. Sei fazer
contas.
-- Falo dos sustos que
você me causa sempre que volta da turma que corta e pinta os seus cabelos.
Nunca fiz a análise, me viro com a uca.
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