sábado, 7 de maio de 2016

INSTANTES: ANA ANDRADE



Seja por acaso
ou pelo momento,
há sempre uma eternidade
no silêncio de um olhar.

***

OLHAR

Esculpido
nas dunas do tempo
navega um olhar
itinerário de clamores,
perfumados de alabastro
e emoldurado
por conchas de espuma
e versos murmurados,
em rimas intemporais.
Renascidas
nas manhãs sem corpo
abrem-se as asas do silêncio,
enquanto o inverno
triste e vulnerável,
irrompe nas falésias,
onde o mar se confronta
em busca de redenção
Perseverante
vai remando a ternura,
sonhando mares e olhares
que sosseguem uma lágrima inconformada.


 
ANA ANDRADE



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