terça-feira, 31 de maio de 2016

O CANTO DE VÓLIA


DIÁRIO DE BORDO

Ah coração!
Por onde andas nesses mares de calmaria?  
Enerva-me a falta de ventos,
Eles pressupõem o tédio,
Que não é companheiro da poesia.

Ah coração!
Eu bem faço gosto quando abrigas
Amores clandestinos!
Desses inesperados,
Que dizem ser frutos do destino...

Mas a que destino leva essas águas?
Quantas tempestades já enfrentaste!
Quantas vezes saíste avariado,
Com as velas rotas, os mastros quebrados,
Assim tristonho, de bandeira a meio pau!

Quantas vezes pensei naufragar
Em mares bravios,
Em noites de tormentas,
Onde ficaste à deriva,
Acompanhando do vento o rodopio?

Ah coração!
Foram tantas aventuras,
Tantas tempestades,
Tantos motins,
Tantos amores clandestinos...

E hoje, ancorada em porto seguro,
Eu canto e conto as aventuras,
De ventos e céus brumosos,
De brisas e céus de brigadeiro.
De buscas e lutas pelo amor verdadeiro.

(04/02/2016)

Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.



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