A VISITA
Chego da rua rota, esfarrapada, suada.
A cachorra pula de alegria, exige
um dengo, não se importa com meu
carinho molhado.
Tropeço na tartaruga, que não
sabe
pedir mas tem fome.
Colho do pé umas frutinhas vermelhas.
Jogo as sandálias na varanda, metade
da roupa está no chão.
Alguém me espera, dizem.
Procuro em volta, a sala vazia.
Olho para a estante e a encontro
de asinhas fechadas, mostra uma beleza
contida, não se exibe.
Namoro-a com os olhos agradecendo
sua visita, adoro surpresas!
Ela prepara-se para a despedida,
agradeço-lhe efusivamente.
Com as asas abertas, desnuda-se
em vermelho vibrante e pede
para voltar.
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