VÁ PRA LÁ, COMPANHEIRO!
Todo militante profissional é um chato incurável. E
por duas razões, ao menos:
1ª – Não admite que ninguém tenha opinião diferente
da sua, que, a bem da verdade, nem sua é. É de quem garante sua sobrevivência,
em geral com dinheiro público.
2ª – Quer que os outros estejam permanentemente
mobilizados contra isso ou a favor daquilo por amor à causa. Justamente o que
ele não se digna a fazer. É uma mala, mas não é tolo. Sem uma verbinha, não vai
à luta.
PERGUNTAR NÃO OFENDE
O repórter novato foi direto ao ponto, jamais voltava para a redação sem
as respostas de que precisava:
- Deputado, se sua mãe nunca foi puta, com o senhor garante, a quem o
senhor puxou?
EXCELÊNCIAS
Sua Excelência resolve interromper o líder do
governo, que enaltecia o chefe do Executivo.
-- Vossa Excelência me daria um aparte? Serei breve.
-- Concedo-lhe o aparte com todo prazer. Tem Vossa
Excelência a palavra.
-- Quando é que nós, do baixo clero, vamos receber
nossa “parte”? Obrigado pelo aparte.
PACTO DE MEDIOCRIDADE
Botem reparo. No final de cada semestre, às vésperas
do recesso, as cenas se repetem nas casas legislativas. Parlamentares se
apressam em aprovar projetos de sua autoria (em geral, um projeto de cada um
deles) para dar, digamos assim, uma satisfação à sociedade, na linha do “estão
vendo como a gente trabalha”. Não deveriam se sobrecarregar tanto. A maioria
das propostas é de uma inutilidade acachapante, abaixo da pior suspeita.
Mas isso não ocorre por acaso. É fruto de um pacto
de mediocridade firmado (mas não escrito) entre eles, segundo o qual ninguém
vai colocar azeitona na empada de ninguém. Ou seja: o destino dos melhores
projetos é o arquivo morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário