terça-feira, 22 de outubro de 2013

EFEITO TOSTINES

 Eles são iguais a gente?/Foto: Agência Câmara
Políticos, em geral, gostam de dizer que o Parlamento é a cara da sociedade. Talvez seja uma maneira de aliviar suas culpas. Ou, melhor dizendo: talvez seja uma forma dissimulada de pôr os cidadãos contra a parede: “Se estivesse em meu lugar, faria o mesmo que eu faço. Ou faria pior ainda. Então, por que você me rejeita tanto?”

Durante muito tempo, me recusei a acreditar que o Parlamento fosse a “cara” da sociedade. “Não podemos ser tão feios, sujos e malvados como a maioria deles!”, me indignava. Hoje, já não tenho a mesma convicção. Tenho escrito uma série de textos curtos sobre isso. Em breve, estarão no blog que estou finalizando, sob a rubrica “A ética do cruz-credo”. Registro papos de bar e de família, comportamentos no trabalho, flagrantes do dia-a-dia. Conclusão: se falta – e falta – decoro no Olimpo; na planície, ele também não se destaca pela abundância.

O Parlamento é o que é por que a sociedade é assim, ou a sociedade é assim por que o Parlamento é o que é? Ninguém precisa ficar nervoso, não. Sei que há muita gente boa por aí, mas também sei que há gente boa por lá. A desgraça é que, por aqui e por lá, quem presta é minoria.


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