Eles são iguais a gente?/Foto: Agência Câmara |
Políticos, em geral, gostam de dizer que o Parlamento é a cara da
sociedade. Talvez seja uma maneira de aliviar suas culpas. Ou, melhor dizendo:
talvez seja uma forma dissimulada de pôr os cidadãos contra a parede: “Se estivesse
em meu lugar, faria o mesmo que eu faço. Ou faria pior ainda. Então, por que você
me rejeita tanto?”
Durante muito tempo, me recusei a acreditar que o Parlamento fosse a “cara”
da sociedade. “Não podemos ser tão feios, sujos e malvados como a maioria deles!”,
me indignava. Hoje, já não tenho a mesma convicção. Tenho escrito uma série de
textos curtos sobre isso. Em breve, estarão no blog que estou finalizando, sob
a rubrica “A ética do cruz-credo”. Registro papos de bar e de família,
comportamentos no trabalho, flagrantes do dia-a-dia. Conclusão: se falta – e
falta – decoro no Olimpo; na planície, ele também não se destaca pela
abundância.
O Parlamento é o que é por que a sociedade é assim, ou a sociedade é
assim por que o Parlamento é o que é? Ninguém precisa ficar nervoso, não. Sei
que há muita gente boa por aí, mas também sei que há gente boa por lá. A
desgraça é que, por aqui e por lá, quem presta é minoria.
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