terça-feira, 22 de outubro de 2013

SANTÃO, 70

14h30. Domingo. Mafalda estava amuada que só. De ciúmes. E o Velho Marinheiro, tocado por três ucas e duas cervejas, nada mais que isso, entrou livre, leve e solto em casa. De volta do aniversário do amigo, grande Santos, que fazia 70 anos naquele dia da graça de Nosso Jesus Cristo. E foi direto ao assunto:

-- Mafalda, o que temos pra comer?

-- Você não comeu feijoada, no bar da Bendita?

-- Benedita, Mafalda. Comi. Mas sou educado. Peguei prato pequeno. Na casa dos outros não repito. Você sabe. Tenho fome.

-- Quem estava lá? – quis saber Mafalda, mais desconfiada que detetive de classificados.

-- Todo mundo, ora.

-- Ela estava lá?

-- Ela quem, mulher de Deus?

-- Deolinda.

-- Deolinda estava sim.

-- E daí?

-- Suas nádegas foram atração da festa. Não minto. O aniversariante passou quase batido.

-- Velho safado.

-- Safado por quê? Só admirei. Como os outros. (setembro/2013)



Nenhum comentário:

Postar um comentário