quarta-feira, 15 de novembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: RICARDO NOBLAT

Resultado de imagem para IMAGENS PARA TEMER PENSATIVO
E agora, José? Faço ou não faço a reforma agora?

TEMER SOB PRESSÃO PARA
DEIXAR TUDO COMO ESTÁ

Por Ricardo Noblat
http://noblat.oglobo.globo.com/
15/11/2017 - 03h35

Se depender de partidos que apoiam o presidente Michel Temer e até mesmo de auxiliares dele, ficará para abril a reforma do ministério. Manda a lei que até 30 de abril deixem os cargos os ministros que queiram disputar as próximas eleições.

Temer havia decidido reformar o ministério até meados de dezembro. Com isso, pretendia se antecipar à saída do PSDB do governo e remontar sua base de apoio no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, que só tem feito diminuir.

Não recuou da decisão. Mas recuará caso dê ouvidos aos que já começaram a se manifestar contra a ideia. De resto, a reforma ampla, geral e irrestrita como ele imagina irá para o brejo se ele abrir exceções como querem alguns dos seus ministros.

O da Fazenda, Henrique Meirelles, que em entrevista recente à revista VEJA admitiu que é presidenciável - ou seja, aspirante a concorrer à vaga de Temer -, apressou-se, ontem, a dizer que só definirá seu destino no início do próximo ano.

Quer dizer: não pretende deixar o governo antes disso. Outro que reagiu a sair logo foi o ministro Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia. "Todo mundo sabe que, hoje, não sou candidato. O partido ficou de tratar desse assunto apenas no início de 2018”, disse.

Presidente licenciado do PRB, Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio, afirmou que respeitará a decisão de Temer, mas confessou que a saída antecipada seria ruim: “Temos muitas entregas programadas de obras até abril”.

O deputado Mendonça Filho, da Educação, será candidato à reeleição pelo DEM de Pernambuco. Ou ao governo, ou ao Senado. Nada quis comentar sobre a antecipação da reforma. Mas se dependesse somente dele ficaria onde está.

“O presidente quer a saída desde já dos que irão concorrer às eleições”, confirmou Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil do governo. Quando perguntado se será candidato, respondeu que só tomará qualquer decisão a respeito até o fim de março.

A bola está nos pés de Temer. Resta saber se ele a chutará como era ou ainda é seu desejo. Se der o dito pelo não dito, não surpreenderá ninguém.


EFEITO PERVERSO DA REFORMA
MINISTERIAL ANTECIPADA


Haverá um efeito colateral danoso da reforma ministerial antecipada que o presidente Michel Temer imagina concluir até meados de dezembro.

A saber: ministros não enrolados com a Justiça, e candidatos às próximas eleições, deixarão seus cargos. E ministros enrolados acabarão ficando para não perder o direito ao foro privilegiado.

Ministros só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal. De volta à planície, poderão ser processados pela primeira instância da justiça. Leia-se: por juízes do tipo Sérgio Moro.

Temer arrisca-se a contar com um ministério de maioria suspeita de falcatruas. (RN)

***

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O que vai acontecer não é propriamente uma troca de ministros. 
É uma troca de cúmplices. 
Há muitos interesses envolvidos na reforma de Temer. 
E nenhum deles é o interesse público. 
Por Josias de Souza



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