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-- Caramba! Assim não dá. Sei que errei muito, que ainda cometo
equívocos, que não sou – nunca fui – santo. Mas você só enxerga meus defeitos.
Será que eu não acerto nunca?
-- Acerta. Claro que você acerta.
-- Então, por que você não me elogia quando faço as coisas direito?
-- É que seus acertos não são acertos, são deslizes.
ORGULHO BESTA
-- Zuza é um velhote metido a macho. Dia desses, torrou a paciência
de todo mundo que estava aqui, com uma conversa tola. Estava meio tocado. Repetiu
umas cem vezes, no mínimo, que nunca brochou.
-- Deve ser verdade. Pode ser verdade, sim.
-- Duvido. Quem nunca falhou na vida, pelo menos uma vez ou duas?
-- A mulher dele me disse, com cara de muitos amigos, sem que eu
nada lhe perguntasse, que Zuza deixou de procurá-la quando completou 40 anos de
idade...
-- Cara de muitos amigos? Por que ele parou tão cedo?
-- Para não correr o risco, segundo ela, de fracassar, entendeu?
-- Cacilda! Ele tem mais de sessenta. Vinte anos sem... E a mulher, como fica?
-- Sei lá. Pergunte para ela, viúva de marido vivo. Aí, você entenderá porque ela tem cara de muitos amigos.
(Orlando Silveira - atualizado em novembro de 2018)
"Orgulho besta", genial.
ResponderExcluirMuito obrigado. Abraço.
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