Ilustração: Arquivo Google |
- Quer saber, Osvaldo?
- Não, Maria. Não quero saber de nada.
- Mas vai saber mesmo assim.
- O que foi dessa vez, mulher?
- Querido: se não fosse sua arrogância, sua vaidade, hoje,
estaríamos bem de vida.
- Arrogância, vaidade? Que conversa besta! Nunca fui vaidoso e
arrogante.
- Claro: arrogância e vaidade, sim. Você trabalhou com tanta gente
importante, mas nunca pediu nada a ninguém, uma promoção, um bom emprego para
os filhos. Por arrogância, por vaidade.
- Não é verdade, Maria. Toda vez que pedi alguma coisa para alguém,
ouvi promessas, promessas e nada mais.
-- Só que todos os que trabalhavam com você progrediram. E a gente
sempre na pior.
-- E a vaidade? Onde ela entra?
-- Ganhava tapinha nas costas, recebia um elogio qualquer e chegava
em casa todo pimpão. Você foi um idiota, Osvaldo.
-- Nesse ponto, Maria, você está certa. Sou obrigado a concordar:
sou um idiota.
(ORLANDO SILVEIRA – ATUALIZADO EM AGOSTO DE 2018)
Robertinho não deu a volta por cima, mas voltou a remar. Agora, sem tanto peso na alma. Água que rola, vida que segue. Melhor assim. Por Orlando Silveira
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