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HAPPY END
O
meu amor e eu
nascemos
um para o outro
agora
só falta quem nos apresente
ESTILOS TROCADOS
Meu
futuro amor passeia — literalmente — nos
píncaros
daquela nuvem.
Mas
na hora de levar o tombo adivinha quem cai.
PASSEIO NO BOSQUE
o
canivete na mão não deixa
marcas
no tronco da goiabeira
cicatrizes
não se transferem
SURDINA
Primeiro
o Tenório Jr.
que
sumiu na Argentina
Depois
quando perigava
onze
e meia da matina
veio
a notícia fatal:
faleceu
Elis Regina!
Um
arrepio gelado
um
frio de cocaína!
A
morte espreita calada
na
dobra de uma esquina
rodando
a sua matraca
tocando
a sua buzina
Isso
tudo sem falar
na
morte do velho Vina!
E
agora a Clara Nunes
que
morre ainda menina!
É
demais! Que sina!
A
melhor prata da casa
o
ouro melhor da mina
Que
Deus proteja de perto
a
minha mãe Clementina!
Lá
vai a morte afinando
o
coro que desafina...
Se
desse tempo eu falava
do
salto da Ana Cristina...
***
***
CACASO |
Antônio Carlos de Brito, Cacaso, nasceu em Uberaba (MG) em 13 de março de 1944 e morreu no Rio de Janeiro em 27 de dezembro de 1987. Foi professor universitário, letrista e poeta.
Depois
de viver no interior de São Paulo, mudou-se aos onze anos para o Rio, onde
estudou Filosofia. Nas décadas de 1960 e 1970, lecionou Teoria da Literatura e
Literatura Brasileira na PUC-RJ.
Foi
colaborador regular de revistas e jornais, como Opinião e Movimento,
tendo, entre outros assuntos, defendido e teorizado acerca do cenário poético
de seus contemporâneos, a geração mimeógrafo, criadores da dita poesia marginal.
Seus artigos estão reunidos em Não quero prosa, publicado em 1997.
Com
grande talento para o desenho, já aos 12 anos ganhou página inteira de jornal
por causa de suas caricaturas de políticos. Antes dos 20 anos veio a poesia,
através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton
Medeiros e Maurício Tapajós. (Fonte: letras
.com.br)
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