Sopa de letrinhas, quanta saudade. Formando palavras, desmanchando palavras a cada colherada, trocando letrinhas com meu pai quando em meu prato faltava alguma. Prolongando o jantar e a promessa da sobremesa. Ainda amo as letrinhas, as linhas, as entrelinhas. Amo o que restou. As palavras que sorvi. As palavras que nunca construí. Amo o prato da vida. A vida do acaso. E esse script repleto de rabiscos. Amo os amores, os risos, encantos e as sopas derramadas. Amo o que resta do que amei em mim. Sopa de letrinhas.
(Regina Macedo, a autora, é jornalista ambiental)
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