SERTÃO,
BENDITA LEMBRANÇA
Relembro
o tempo passado
Que
na memória guardei
A
casa onde eu morava
A
vida que eu levei
Nem
tinha televisão
Mas
ali, naquele chão
O
melhor tempo passei.
***
No
velho fogão a lenha
A
minha mãe cozinhava
O
abano atiçava o fogo
A
caça na brasa assava
Com
preá e avoante
Naquele
tempo distante
A
família se fartava.
***
De
chafariz ou cacimba,
Meu
caro amigo anote
Era
a água de beber
Que
se botava no pote
Ou
mesmo numa quartinha
Água
ficava fresquinha
Caneco
tinha um magote.
***
No
caneco de alumínio
Tinha
meu nome gravado
E
cada irmão tinha o seu
Mamãe
tinha este cuidado
E
pra não entrar caçote
Uma
boina tinha o pote
Com
laço bem amarrado.
***
Naquele
velho sertão
Que
vivi quando menina
Por
lá se dormia cedo
Luz
era só lamparina
E
ainda pro meu regalo
Lá
se acordava com o galo
Linda
aurora nordestina.
***
A
lembrança quando bate
Desperta
minha saudade
Recordo
a vida singela
E
a minha felicidade
Os
costumes do sertão
Que
jamais se apagarão
Da
minha realidade
Rio de Janeiro, 09/02/2016
Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora
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