TANCREDO NEVES |
SEGREDO
Um eleitor de São João
del-Rei procurou Tancredo aflito:
— Dr. Tancredo, vou
contar um segredo ao senhor. Mas é só para o senhor.
— Não conte, não, meu
filho. Se você, que é o dono do segredo, não é capaz de guardá-lo, imagine eu.
(Fonte:
“Folclore Político”, de Sebastião Nery.)
***
VAIAS
E APLAUSOS
Franco Montoro,
Tancredo Neves e Leonel Brizola estavam almoçando no Palácio dos Bandeirantes, quando
a multidão de desempregados chegou gritando slogans, derrubando grades e
exigindo falar com o governador. Montoro levantou-se tenso, pálido, o rosto
crispado:
— Vou lá falar com o
povo. Vamos os três?
Brizola, discretamente,
discordou:
— Se formos os três,
pode ficar parecendo que você não quis ir só. E São Paulo está querendo é a
palavra de seu governador e não a presença de visitantes.
Tancredo sorriu:
— Está bem. Concordo.
Mas se o povo estivesse lá fora batendo palmas e dando vivas, iríamos os três,
não?
Montoro foi, falou,
depois contou.
(Fonte:
“Folclore Político”, de Sebastião Nery.)
***
TROTE
INVERTIDO
Com muita frequência, o
próprio doutor Tancredo recebia ou fazia pessoalmente seus telefonemas.
Surpreendia seus auxiliares e colocava em pânico as secretárias. Num domingo,
uma repórter muito esperta, com quem ele não podia falar, ligou para o Palácio
das Mangabeiras e ouviu algo bem característico dele, marca registrada:
— Aaaalôô!
— Alô! Oh, governador,
já é o senhor? Desculpe-me! Aqui é a ...
Ele reconheceu a voz e
a interrompeu:
— Desculpe, dona, mas
aqui é o porteiro. O governador saiu.
— Mas a sua voz é
igualzinha à do doutor Tancredo! Tem certeza de que não é mesmo o governador?
— Infelizmente, tenho,
minha filha. Mas quem sabe um dia chego lá?
(Fonte:
“Tancredo Vivo – Casos e Acaso”, de Ronaldo Costa Couto.)
(outubro/2014)
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