Vida difícil. Não
conseguia mais dar o passo. Manter-se sentada também era difícil. Passar o dia
na cama, quem pode com uma coisa dessas? O corpo dói demais. Mas era dia de
visitas. Tinha porque tinha que parecer aprumada – e, de certa forma, estava! Com
vestido florido, banho tomado, calcinha nova, fez seu papel: disse “boa tarde”
(já era noite) a todos visitantes, fingiu entender o que lhe diziam etc.
Tudo ia mais ou menos bem
até se engasgar com um naco de bolo.
Foi um fuzuê. Quase se foi.
Foi um fuzuê. Quase se foi.
Uma pancada nas costas
lhe salvou a sobrevida.
-- Poxa, mamãe, a
senhora não se emenda, não? Sempre dando “fora” na frente dos outros. Que
vergonha! Vou levá-la ao quarto, melhor dormir. Diga “boa noite”.
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