REMINISCÊNCIAS E HISTÓRIAS
JULIANAS
Para mim, o mês de
julho começa no dia 3, com o aniversário do meu neto Pedro. No dia 29, nasceu
seu Clóvis, meu pai. Entre as duas datas natalícias, ainda comemoro no dia 5 o
aniversário de dona Carmelita, a minha avó materna, e dos meus tios maternos
Maurício e Luiz, nos dias 11 e 15, respectivamente,
Foi no dia 20 de julho
de 1969, aliás, que a missão Apollo 11 pousou na lua. Os astronautas americanos
Neil Amstrong e Edwin Aldrin, tornaram-se, assim, os primeiros seres humanos a
pisar no solo lunar. Na noite desse acontecimento, eu participava de uma semana
de arte popular organizada pelo grupo Juventude Unida de Brasília e Pina
(Jubrapi), no salão de festas da paróquia de Brasília Teimosa. Foi uma noite de
apresentações dos grupos de samba e maracatus do bairro, além de uma exposição
de artistas plásticos e poetas populares. Engana-se quem pensa que o povo não
tem uma cultura sólida e ancestral.
Curti tudo isso na
companhia do meu amigo Valmir Sá e de Gracita Salgueiro, uma garota encantadora
que estava na minha alça de mira havia tempos e que morava na mesma rua em que
eu morava. Começamos a namorar naquela mesma noite. Juntos, assistimos o
baticum dos maracatus e dos sambas suburbanos, vimos na pequena televisão em
preto e branco o noticiário sobre a conquista da lua, e depois nos beijamos no
portão da sua casa. Parafraseando o outro Amstrong, o Louis do piston, eu
cantarolava “What a Wonderful World”!
Composta em 1967 por
Bob Thiele e George David Weiss especialmente para Amostrong, a canção fala nas
coisas simples do dia a dia e na esperança de um futuro melhor e mais promissor
para a espécie humana. Ainda havia muito a ser aprendido por nós, adolescentes,
e, portanto, a música vinha a calhar naquele momento histórico e pessoal.
Amstrong, o músico, por
sinal, faleceria em Nova Iorque, no dia 6 de julho de 1971, quatro anos apenas
após ter gravado a música acima.
CLÓVIS CAMPÊLO |
O mês de julho também,
dentro da tradição da Igreja Católica, é devotado ao Preciosíssimo Sangue de
Cristo, em reverência ao sangue de Jesus derramado na cruz. Consta que, em
1848, o Papa Pio IX foi expulso de Roma pelas forças revolucionárias. No ano
seguinte, os exércitos franceses permitiram-lhe voltar à Cidade Eterna, após um
ataque que durou de 28 de Junho a 1 de Julho. Invocando e dando graças pelo
sangue derramado por Jesus por amor aos homens de todos os tempos, o Sumo
Pontífice criou esta festa, situando-a no dia em que lhe foi possível voltar a
Roma. O Papa seguinte, Pio X, estendeu a festa à Igreja Universal. Nos nossos
dias, quase esquecida, a festa é celebrada solenemente em algumas congregações
religiosas.
Em julho, nós
recifenses, reverenciamos Nossa Senhora do Carmo, a padroeira da cidade, cuja
festa comemora-se no dia 16. Julho também é o mês de San'Ana, a mãe de Maria, com
festa no dia 26.
Recife, 2014
MULHER
NA PORTA DE CASA
Juazeiro
do Norte/CE, 1993
Fotografia
de Clóvis Campêlo
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