Anos atrás, bote anos nisso, conheci um sujeito que, nos finais de
semana, frequentava o mesmo boteco que eu. Ele sempre aparecia com seu filho
pequeno e único. Gostava de falar alto, de exibir sua arrogância analfabeta e
ostentar uma riqueza que não tinha. Se o moleque lhe pedia um chocolate, ele
comprava a caixa toda. Ou, pelo menos, todos os confeitos que nela estavam. Se
o guri lhe pedia bala, seguia a mesma trilha. Que viessem todos os dropes. Na
hora de pagar a conta, que sempre pedia em alto som, sacava do bolso maços de
dinheiro. E virava-se para quem estivesse mais próximo e lhe perguntava: “Quer
tomar mais uma”? Não esperava pela resposta. Mandava o dono do boteco por mais
uma. “Essa é por minha conta”.
Gostava de alardear que era braço direito de um dos principais
doleiros da capital.
Não demorou muito o cara sumiu. Soube-se que caíra em desgraça com o
chefe. E que, por isso, não arrumaria mais emprego com doleiro algum. Mafiosos
são unidos. Como não tinha outra “qualificação” profissional...
NOVEMBRO 2013
A vida ensina. Sempre.
ResponderExcluirÉ isso aí, amigo Clóvis.
ResponderExcluirÉ isso aí, amigo Clóvis.
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