sábado, 23 de agosto de 2014

O CANDIDATO TRAPALHÃO (II)



-- Estou decepcionado, muito decepcionado mesmo, com nossos homens e mulheres de negócios, Osvaldinho. Já faz dez dias que lhes mandamos aquela correspondência e até agora nenhum retorno. Não querem colaborar com um candidato que lhes prometeu abrir as portas de seu gabinete, para que juntos nós montássemos uma usina de bons negócios. Que diabos! Não acreditam em quem lhes fala a verdade, mas contribuem financeiramente com quem faz promessas vagas sobre saúde, educação e outras obviedades. Francamente!

Araújo Pinto e Silva, candidato de primeira viagem, porém, não é homem que desiste com facilidade. Quer porque quer se eleger, para enricar. Mas sabe que, sem dinheiro, não se chega lá. Por isso, gasta seu tempo elaborando estratégias para arrecadar uns trocos. Questão de sobrevivência futura – e presente também, é um pronto.

Depois de muito pensar, pensar, ele revela o novo plano para Osvaldinho, seu homem de confiança, dublê de motorista e marqueteiro, muro de arrimo de sua candidatura mambembe:


-- Vamos enviar uma nova correspondência, agora apenas para empresários de grande porte. Os parlamentares têm uma cota. Durante o mandato podem distribuir títulos de “cidadão da cidade” e medalhas a quem contribuiu para seu desenvolvimento. Coisas que dão status. Até o Lula recebeu um título desses. Os que contribuírem com recursos serão homenageados. Evidente que será dada preferência aos que derem mais dinheiro para a campanha, desde que se comprometam também a pagar no futuro o coquetel da festa. Providencie o texto, não temos tempo a perder.   

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