sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DALINHA

SINA DE MARIA

Dalinha Catunda

Maria não foi rendeira
Não aprendeu a namorar.
Morava numa fazenda
Nem deu tempo de sonhar,
E logo que embonecou
O coronel lhe estreou,
E começou seu penar.

***

Virou menina falada
Lá pras bandas do sertão
E todo mundo dizia:
É comida do patrão!
A fofoca se espalhou
A patroa lhe expulsou
Foi a sua perdição.

***

Maria saiu sozinha,
Pegando a estrada a pé.
Sem ter lar e sem apoio
Perdida perdeu a fé
Desgraçada e sem amiga.
Restou-lhe ser rapariga,
Se vender num cabaré.




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