sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

DALINHA



DO MEU JEITINHO BREJEIRO

 Desculpas esfarrapadas,
Conversa pra boi dormir,
Falsas verdades que ouço,
Porém não gosto de ouvir.
Pra não ficar entalada
E nem morrer engasgada
Vomito em vez de engolir.

***

 Cada rasteira que levo
Mas forte saio do chão
Desgraça pouca é bobagem
Pra tudo tem solução
Se não sirvo como amiga
Acho que como inimiga
Não sou melhor opção.

***

Sei que sou oito ou oitenta,
Aprendia a ser assim.
Não vou mudar o meu jeito
Quem quiser gostar de mim,
Saiba só que tenho manha
Não provoque minha sanha,
Na candura já dei fim.

***

 Quem me comprou como besta
Tá com as patas no atoleiro.
Com as orelhas bem murchas
Por certo perdeu dinheiro.
Sem medo de Caiporas
Eu vou enfiando esporas
Do meu jeitinho brejeiro.


Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora



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