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ORELHA DE PAU
A
chuvinha deu uma trégua, as plantas aproveitaram para dar uma espreguiçada.
Uahhhhh...eu
poderia jurar que ouvi.
Calcei
as galochas e resolvi me esticar também.
O
chão forrado de amêndoas me fez cair de joelhos e em frente a um troco meio
apodrecido, observei uma casinha diferente, colorida, toda desenhadinha de
sulcos e bordas rendadas.
Não
toquei logo de início por conta de uma peluda taturana que por ali passava.
Minha
avó dizia que era casa de duende, que eles ali se abrigavam por causa das
chuvas.
Tentei
tocar de novo mas a taturana voltou. Fiquei desconfiada, será que ela era
guardiã dos duendes?
Pedi-lhe
desculpas e permissão para apenas apreciar.
A
taturana se foi novamente.
Admirada
e assustada me dei conta da minha reles existência e da grandiosidade da
natureza e suas criaturas que seguem passo a
passo
um manual que a minha cômoda ignorância insiste em ocultar.
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