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VIDA LONGA
Já
perdi as contas do que escrevi, a inspiração
aflora
e não perco tempo com anotações.
Já
perdi as contas de quantas pessoas presenteei
com
textos ou poesias embora possa contar nos
dedos
quantos agradeceram.
Contudo,
a poesia depois que se liberta do cárcere
da
memória, ganha asas e o seu destino escorre
por
entre os dedos.
Continuarei
agindo da única forma que me cabe.
Poesia
não combina com egoísmo, é livre, é solta.
Não
temo a indiferença, temo a ausência de sede.
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