ASCENSO
FERREIRA E O RECIFE
Fotografias
de Clóvis Campêlo
Recife,
2013
FAZENDEIRO
─ Ô
Maria! Maria!
Compadre
Cazuza vem almoçar
amanhã
aqui em casa…
Que
é que tu preparaste pra ele?!
─ Eu
matei uma galinha,
matei
um pato,
matei
um peru,
mandei
matar um cevado…
─
Oxente, mulher!
Tu
estás pensando que compadre
Cazuza
é pinto?!
Manda
matar um boi!!!
***
FILOSOFIA
Hora
de comer — comer!
Hora
de dormir — dormir!
Hora
de vadiar — vadiar!
Hora
de trabalhar?
—
Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
Poeta
pernambucano, Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira nasceu na cidade de Palmares
no ano de 1895. Dizem que começou a atividade literária enganado, compondo
sonetos, baladas e madrigais. Depois da "Semana de Arte Moderna" e
sob a influência de Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira e de Mário de
Andrade, tomou rumos novos e achou um caminho que o conduziria a uma situação
de relevo nas letras pernambucanas e nacionais. Voltou-se para os temas
regionais de sua terra que foram reunidos em seus livros "Catimbó"
(1927), "Cana caiana" (1939), "Poemas 1922-1951" (1951),
"Poemas 1922-1953" (1953), "Catimbó e outros poemas"
(1963), "Poemas" (1981) e "Eu voltarei ao sol da primavera"
(1985).
Foram
publicados postumamente, em 1986, "O Maracatu", "Presépios e
Pastoris" e "O Bumba-Meu-Boi: Ensaios Folclóricos", em livro
organizado por Roberto Benjamin. Distingue-se não pela quantidade, mas pela
qualidade, atingindo não raro efeitos novos, originais, imprevistos, em matéria
de humorismo e sátira. O poeta faleceu na cidade do Recife (PE), em 1965.
(FONTE:
RELEITURAS)
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