O debate político no Brasil está interditado. Há tempos. O que temos são
discussões – melhor dizendo, bate-bocas –, cuja mediocridade foi elevada à
enésima potência. Não vamos além do “a favor” ou “contra”. Não discutimos, com
seriedade, projetos para o país. O Congresso Nacional – e isso vale para as
demais casas legislativas – virou um bordel da “mãe Joana”, ponto de encontro de
negocistas da pior espécie.
Oposicionistas acusam o governo federal de incompetente e corrupto.
Governistas não deixam por menos: apontam corrupção e incompetência nos
governos municipais e estaduais sob o comando dos oposicionistas. A tentação de
acreditar que ambos têm razão é enorme. As maiorias legislativas não são construídas
nem mantidas em cima de propostas programáticas. O que as sustentam é o
adesismo interesseiro, corrupto.
O distinto público – ao menos aquela parcela que ainda tem preferência (ou
ojeriza) por partidos – entra no clima de FLA-FLU: só vê defeitos nos do lado “de
lá” e faz vistas grossas para os erros do lado “de cá”. A maioria, que não
acredita em mais ninguém, já bateu o martelo: “São todos farinha do mesmo saco”.
E o país segue nessa vidinha besta, numa rotina tola, sem crítica nem
reflexão.
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