Rhana Abreu - Entrevista Exclusiva
Artista da cena independente, a cantora e compositora Rhana Abreu vem, entre regravações de clássicos da MPB e composições inéditas, procurando firmar-se no cenário musical brasileiro com carregada autenticidade em sua veia roqueira como os leitores do nosso espaço puderam conferir ao longo da última semana a partir da pauta "A SENSÍVEL E ESMERADA AGRESSIVIDADE MUSICAL DE RHANA ABREU". Lá foi possível conhecer não só um pouco da biografia, mas também da vida artística dessa cantora de personalidade forte e que hoje anda na divulgação do seu mais recente álbum intitulado "Episódio". Hoje o nome da artista volta a ter evidência em nosso espaço a partir desta entrevista concedida exclusivamente a mim. Neste nosso bate-papo, a simpática artista procura mostra o ecletismo inerente a sua personalidade a partir de novos projetos que vem arquitetando para o ano de 2014, além de falar, dentre outras coisas, sobre o início da carreira e toda a dificuldade encontrada para chegar ao espaço que hoje conquistou.
Gostaria que você trouxesse um pouco do início do seu envolvimento com a música. Vem da infância essa sua aptidão devido a alguma influência familiar? Conte-nos como se deu esse sua escolha.
Rhana Abreu - O início foi mesmo cantando na missa das 18hs, na igreja São Paulo dos Apóstolos, depois no Tablado eu fazia sempre a cantora e voz nos musicais, aí resolvi, em paralelo, a ser atriz, montar uma banda. A primeira chamava Vide Bula, e eu me vestia de enfermeira e os meninos de médicos, hoje esta marca virou marca de Roupa.. e dai foi adiante, estou agora no quarto cd e traçando caminho lá fora no exterior, depois de ter passado por todo interior do Brasil , grandes capitais e o querido Canecão.
Em suas reminiscências, quais as primeiras referências dentro da música que você destaca?
RA - Como cantora Nina Simone, a voz de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jack Johnson, Red Hot Chili Peppers. Oasis, Led Zeppelin, Guns n' Roses, The Smiths, U2 entre outras.
Segundo relato seu quando esteve no Programa do Jô, em seu início de carreira houve algumas peculiaridades, diríamos até engraçadas, na hora da divulgação de sua carreira. Dá para contar para os nossos leitores alguma dessas passagens?
RA - Ah! Foi muito incrível! Como eu não tinha equipe (telemarketing, assessoria de imprensa, pois tudo era muito caro), eu mesma me passava por tudo. Ia ao jornal de peruca e fazia a apresentação da Rhana sendo a "assessora" Ana Lúcia, e de casa ligava para todos com voz de homem me chamando de Julio. Ainda havia quem me pedia para apresentar o rapaz do telefone, mas eu dizia: "Ele tem pânico, não sai de casa...". Se não fosse assim não dava para trabalhar profissionalmente sem patrocínio.
Você além de interprete também diversifica seu talento como compositora. Como se dá o seu processo composição?
RA - Eu geralmente tenho inspiração em situações que acontecem comigo ou terceiros Ou até mesmo no mundo ou num instante. Aí vem a melodia na cabeça e começo a escrever onde quer que eu esteja sem parar... assim se deu a maioria de todas minhas músicas.
Dentro da MPB há uma gama imensa de cantoras e intérpretes que fazem da nossa música uma das mais ricas do planeta. Você traz peculiaridades diversas que a faz diferente de muitas delas, tal qual a personalidade forte e a sonoridade que apresenta neste misto de rock com outros gêneros. Você acredita que haja alguma fórmula específica para se destacar dentro desse contingente?
RA - Hoje não acho que a poesia esteja perdida. Acredto que é preciso dá um tempo... hoje quase não há letra nas músicas e temos uma série de canções maravilhosas que estão estagnadas, sem chances... tem acontecido com muitos artistas e hoje, além de tudo isso, ainda há a onda dos "uiui, aiai"... "tchum tcham...". Acho que é preciso dá um tempo, não perder a personalidade e continuar criando. Acho que a mistura do clássico e do rock com um misto de precisões são bem legais e é isto que estou fazendo no exterior.
Qual a sua maior dificuldade enquanto artista independente?
RA - Mídia!!! Totalmente jabarizada, paga! Se você não tem grana ou não cai na série banal de músicas que eles (im)põem, não rola! os jornais praticamente acabaram, os poucos que restam são pouco lidos e suas pautas logo são esquecidas. Já a Tv é TODA (em letras garrafais mesmo) paga, e isso acontece de modo que esses pagamentos são dados como anúncios ou promoções, mas isso tudo na verdade é jabá, propina!!!!
Seus registros fonográficos sempre contam com regravações de alguns dos grandes nomes do pop-rock nacional. Quais os critérios para a escolha dessas canções?
RA - Escolho artistas que me identifico, autores com letras que todos gostariam de contar e cantar, amo o Nando Reis, e tive a oportunidade de cantar com ele no mesmo palco a convite dele, em uma música que regravei. Ele é um fofo, um dos poucos que ajudam.
Por que um intervalo tão longo entre seus registros fonográficos? Entre 2001 e 2009 você manteve-se envolvida em projetos musicais?
RA - Não houve este intervalo. Gravei "Cidadã Civilizada", "Jorhana D'arc" (uma homenagem a mulher guerreira na luta honesta) e Episódio em 2011. Hoje gravar um cd por ano nem existe, é um privilégio. Não há mais loja, não tem nada, só baixar na internet. Os meus estão à disposição no meu site (www.rhanaabreu.com.br) e no vagalume. E os shows no interior não se divulgam aqui, graças a Deus, tenho trabalho. Além disso tenho escrito comédia estilo stand up para atuar como atriz, algo que desejo muito.
Atualmente você vem na estrada com a turnê do álbum “Episódio”. Como tem sido a receptividade do grande público com este espetáculo?
RA - Muito boa! Eu tô feliz e as pessoas querem mesmo algo calmo. Vou em trio Power Trio e com uma programação eletro, mas sempre no final faço um tributo ao Renato Russo, à Cassia Eller e ao Cazuza. Amo o carinho do público e agradeço a Deus tudo isso.
Há projetos arquitetados para 2014?
RA - Atuar como comediante para a tv aberta e no conteúdo brasileiro das tv's a cabo lá de fora, além de fazer um piloto com um programa sobre adolecentes virtuais e continuar cantanto. Pretendo, na carreira de cantora, expandir a carreira no exterior, procurando alcançar o Festival de Montreux outra vez e produzir com Gregore Glowin, cantar pra Deus e o famoso público com todo amor. Tentar espalhar por ai esta "vibe", sem ser piegas!!!
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