Conhecida nacionalmente pelo
antológico dueto ao lado de Chico Buarque na canção "Eu te amo",
Telma Costa deixou um garboso registro fonográfico antes de partir
prematuramente em 1989
(Por Bruno Negromonte)
Telma Costa: morte prematura |
No entanto vem do álbum de outro artista a sua interpretação mais conhecida. Telma, a convite de Chico Buarque, registrou em 1980 no LP "Vida" a canção 'Eu te amo', parceria do cantor e compositor com Tom Jobim. Essa mesmo dueto chegou a repetir-se dois anos depois sob o título 'Te amo', faixa presente no álbum "En español", trabalho voltado para o exterior. Seu envolvimento com a obra de Chico Buarque teve início na década de 1960, quando aos 15 anos, foi convidada pelo artista para dividir a interpretação da música 'Sem fantasia', em show realizado no Clube de Juiz de Fora, sua terra natal. Vale salientar que a cantora teve a oportunidade de viver em um ambiente extremamente propício ao desenvolvimento de suas habilidades artísticas, uma vez que veio de uma família extremamente musical. Além da matriarca, seus irmãos - Élcio, Telma Lisieux e Afrânio - também musicavam, e isso fazia com que a música fosse algo predominante na residência dos Costa.Tanto que ainda na infância a mãe apresentou aos pequenos as primeiras introduções no universo musical fazendo com que ainda na adolescência os mesmos formassem o grupo vocal Trieto, formado pelas irmãs Telma Lisieux e Sueli.
A irmã Sueli, citada ao longo do
texto, para quem não sabe, é a consagrada compositora Sueli Costa, recentemente
homenageada em nosso espaço pela passagem dos seus 70 anos. A artista é autora
de inúmeros sucessos dentro da MPB, dentre os quais os clássicos 'Medo de amar
Nº2' (em parceria com Tite de Lemos) e as canções 'Amar é outra
liberdade' e 'Jura Secreta' (ambas em parceria com Abel Silva).
Telma dá início de fato à sua
carreira artística a partir de 1971, quando tem a oportunidade de mudar-se para
o Rio de Janeiro e passa a atuar em casas cariocas, como Special e People, entre
outras, além de fazer parte, ao lado de Miúcha, Olívia Hime e Elizabeth Jobim,
do grupo vocal que participou de shows de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Ainda
na década de 70, tem seu primeiro registro fonográfico, gravando em 1978 no LP
"Vida de artista", de sua irmã Sueli, a faixa "Quatro de
dezembro". Ao longo da década seguinte participou de alguns programas de TV tal qual o "Bar Academia" e de um especial acerca da obra do cantor e
compositor Tom Jobim, ambos na extinta TV Manchete. Sem contar a sua presença na
trilha sonora da teledramaturgia brasileira registrando canções como "Adoração"
(Lisieux Costa e Tite de Lemos), para a novela "Eu prometo" (Rede
Globo/1983), "Fruta boa", de Milton Nascimento e Fernando Brant, para
a novela "Paraíso" (Rede Globo/1982); além da música
"Azulão" (Jayme Ovalle e Manoel Bandeira) para o longa-metragem
"Inocência" (1983), de Walter Lima Júnior.
Fernanda Cunha: encantadora de plateias |
Fernanda Cunha, filha da artista,
hoje segue a mesma profissão da mãe cantando e encantando plateias de todo o planeta.
Com cinco álbuns lançados, Fernanda vem sedimentando uma carreira artística não
só no Brasil, mas também ao redor do mundo. Países como Canadá, EUA e outros
tantos na Europa conhecem o repertório de álbuns como "O tempo e
o lugar" (2002), "Dois corações- Fernanda Cunha interpreta Johnny Alf
e Sueli Costa" (2004), "Zíngaro - Fernanda Cunha e Zé Carlos
interpretam as parcerias de Tom Jobim e Chico Buarque" (2007),
"Brasil Canadá" (2009) e do seu mais recente registro fonográfico
"Coração do Brasil", registro que mostra uma artista que ganhou o
mundo, mas não perdeu as suas mais genuínas raízes.Quando questionada
acerca do maior legado deixado por sua mãe, Fernanda responde:"A
maior riqueza que minha mãe me deixou foi o amor. Como artista a música e o
amor pela música. Nasci respirando música, e a música muitas vezes me salvou de
situações complicadas na vida. É um bálsamo".
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