quarta-feira, 22 de março de 2017

QUEREM SABER? SEM SABIÁ NÃO DÁ



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Minha velha (Velha? Aquelas pernocas torneadas dizem o contrário) está com pique que jamais teve. Alvíssaras. Acorda cedo, anda no parque, limpa a casa, manda lavar o carro, deixa o “pois é” na garagem, vai de condução resolver os “problemas” do filho juiz em Santa Catarina (sempre falta uma papelada, é sabido: a burocracia, para além da manutenção do próprio cargo, sempre que pode leva algum por fora), carrega a caçula (criança de tudo, 26) para fazer isso e aquilo, arruma tempo para arrumar o apartamento da praia (bebê vai morar lá, passou no concurso do TJ, que será de nós?).

Que velha incansável, essa Sabiá. Tem tempo para tudo. Nem sempre sobra tempo para nós. Claro, claro, não fazemos o que fazíamos. Mas ninguém morrerá por isso. Por isso, a gente fica. Para sempre. Espero.

Tanto saracotear me cansa. Evidentemente. Quando Sabiá se vai, para aqui, para acolá, a cuidar sempre de quem ama, o alívio se impõe. Chego a cantarolar: “Me deixe em paz, que eu não suporto mais.” Como é bom ser livre. Não gosto de andar. Acho toda atividade física imbecil. Sou inútil assumido. Gosto de cadeiras e poltronas. Vade retro, Sabiá.

Minutos passam. Meia hora depois de Sabiá partida, cansei da paz ilusória. Volta: minha passarinha. Sem você, nem em pensamento vôo.

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