sexta-feira, 29 de julho de 2016

O CANTO DE VÓLIA

FERNANDO IKOMA


TRIGO MADURO

Por mais um pouco permanecerei contigo
E cantarei nossas canções ao entardecer.
Deitarás, mais uma vez, a tua cabeça em meu colo
E acariciarei os teus cabelos da cor do trigo maduro.

Ouviremos o sussurro da brisa,
E contaremos para as ninfas,
Que brincam entre as flores,
Como é belo o nosso amor.

Por mais um pouco permanecerei ao teu lado,
Tomarei as tuas mãos entre as minhas,
E contaremos as estrelas do firmamento.
Aproveitaremos, sem culpa, esse suave momento.

Entretanto chegará a hora
Em que haverei de partir...
As nossas mãos vão se soltar
E a minha imagem, dos teus olhos, apagar-se-á.

Mas restarão os campos de trigo,
E também as tardes mornas de verão.
E, se de saudades sangrar teu coração,
Volta ao trigal e canta a tua dor em oração.

E as ninfas te beijarão os lábios,
E sentirás, nesse instante,
O mel dos beijos que guardei só para ti,
E que por um tempo fez florir nossa estação.

01/10/2015

***

Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.


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