sábado, 19 de abril de 2014

CLÓVIS CAMPÊLO

SALVE OLINDA, ETERNAMENTE LINDA!


Sempre te vi e sempre te amei, Olinda!
Sempre me vi atraído por tuas ladeiras íngremes, cobertas de pedras portuguesas!
Sempre adorei olhar as tuas varandas coloniais, onde o passado se debruça para ver o futuro chegar!
Para mim pouca importa o teu título pomposo de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
Sempre te vi altaneira, olhando com desdém para a planície onde o Recife insistiu em se plantar.
Sempre curti os teus hippies fedorentos que insistem em negar a ordem e o progresso.
A ti, ofereço o espanto dos meus olhos, minha imagem cansada, quase sexagenária, que se alimenta do teu ar salitroso.
Oh Olinda, eternamente linda, que bela situação a tua, erguida sobre sete colinas.
Quanta fé me irradia o teu carnaval profano e o silêncio profundo das tuas igrejas centenárias.
A ti, ofereço as minhas mãos calejadas de uma poesia inútil.
A ti, ofereço as cicatrizes das minhas retinas sensibilizadas com a tua eterna beleza.
Salve o verde dos teus mares, o azul dos teus céus, o vermelho do teu sangue libertário.
Salve a ti, Olinda eternamente linda!

Recife, 2011





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