terça-feira, 15 de abril de 2014

CLÓVIS CAMPÊLO

O CAMINHO DO POETA



Não saberia sorrir
cruzando as águas do rio,
lembrando que o poeta
por ali passou um dia.

Talvez o seu existir,
por falta de algum brio,
por medo de alguma meta,
não tenha sido alegria.

Talvez não tenha sentido
o azul claro do céu,
a brisa morna do mar,
os sons que cantam a vida;

talvez tenha preferido
da tristeza todo o véu,
o frio da noite a reinar,
a dor sangrando a ferida.

Por Clóvis Campêlo
Recife, 2010

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