A mais tola das
virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos?
Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades.
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Nós, da imprensa,
somos uns criminosos do adjetivo.
Com a mais eufórica das irresponsabilidades,
chamamos de "ilustre",
de "insigne", de
"formidável", qualquer borra-botas.
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Tudo passa, menos a
adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias,
há sempre
alguém falando nas senhoras que traem.
O amor bem-sucedido não interessa a
ninguém.
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O artista tem que ser
gênio para alguns e imbecil para outros.
Se puder ser imbecil para todos,
melhor ainda.
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Assim como há uma rua
Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse,
inversamente, rua
Traidores da Pátria.
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Em nosso século, o
"grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.
Acho a velocidade um
prazer de cretinos.
Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.
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Chegou às redações a
notícia da minha morte.
E os bons colegas trataram de fazer a notícia.
E os bons colegas trataram de fazer a notícia.
Se é
verdade o que de mim disseram os necrológios,
com a generosa abundância de
todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.
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O homem não nasceu
para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza.
Por exemplo: — um
ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha.
É como se
ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas.
DE : Arnaldo Nogueira
Júnior
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